As pessoas talvez não vão entender a relação, mas é inegável que a pandemia atinge mais os negros de Pelotas do que qualquer outra população de nossa cidade.
Dados de um estudo realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico apontam que o risco de mortalidade por Covid-19 foi 1,5 vezes maior na população negra no Brasil.
Não falando somente sobre raça, mas também sobre desigualdade econômica, já que os negros de Pelotas estão entre os mais pobres.
Antes que você possa me criticar, pobres são pessoas que precisam sair de casa, usar transporte público para poder chegar ao trabalho, que não podem trabalhar em home office. Principalmente, são pessoas que não contam com uma boa cobertura de saúde.
Lembrando que essas diferenças não aparecem somente na pandemia. Doenças endêmicas como a AIDS também avançaram mais entre a população negra. Em 2020, por exemplo, seis de cada 10 casos de AIDS diagnosticados no Brasil eram em pessoas negras. Na última década, houve aumento de 12,9 pontos percentuais na proporção de casos de Aids entre as pessoas negras.
Por isso batemos na tecla da importância em políticas públicas que garantam acesso aos serviços públicos de qualidade, principalmente o de saúde, além de oportunidade de renda às pessoas mais vulneráveis.
Os negros de Pelotas estão morrendo e é minha função, como vereador de Pelotas, negro e periférico mudar isso. Não só eu, mas todos os agentes públicos de Pelotas precisam mudar e zelar pelos que mais precisam.
O genocídio dos negros não se dá só pelas armas, pela repressão ou pelo preconceito, mas pela falta de acesso aquilo que é básico: Saúde, educação e segurança!